Trump assina ordem executiva contra bancos que discriminam por motivos políticos
O ex-presidente Donald Trump, atualmente em campanha para retornar à Casa Branca em 2025, assinou uma ordem executiva polêmica que mira diretamente os bancos e instituições financeiras dos Estados Unidos. A medida visa impedir que essas instituições negem serviços a clientes com base em suas opiniões políticas, ideologias ou afiliações partidárias.
Segundo Trump, a ordem tem como objetivo proteger os americanos daquilo que ele chamou de “censura financeira sistemática” — uma prática onde, de acordo com ele, empresas e indivíduos conservadores estariam sendo deliberadamente excluídos do sistema bancário por suas crenças políticas. A iniciativa foi anunciada durante um comício em Atlanta, na Geórgia, e rapidamente mobilizou tanto apoiadores quanto críticos.
O que diz a ordem executiva?
A ordem determina que o Departamento do Tesouro e outros órgãos reguladores financeiros iniciem investigações formais sobre instituições que recusarem abrir contas, conceder empréstimos ou processar pagamentos com base em critérios ideológicos. Ela também estabelece diretrizes para garantir a neutralidade política no sistema financeiro e promete sanções administrativas contra instituições que forem consideradas culpadas.
A medida vale tanto para bancos tradicionais quanto para fintechs, plataformas de crowdfunding e empresas de pagamento digital, como PayPal, Stripe e outras. Segundo assessores de Trump, o foco está em evitar que agendas políticas interfiram no acesso ao sistema financeiro.
Contexto político e cultural
Nos últimos anos, especialmente após as eleições de 2020 e a invasão do Capitólio em 2021, diversos bancos e plataformas suspenderam ou encerraram contas de clientes ligados a movimentos extremistas, grupos conservadores ou campanhas consideradas "antidemocráticas". Para o campo progressista, essas ações representavam um esforço legítimo para proteger a democracia. Já para os conservadores, seriam um exemplo de discriminação e perseguição ideológica.
A nova ordem executiva entra justamente nesse contexto, sendo vista por analistas como mais uma tentativa de Trump se posicionar como defensor da liberdade de expressão e da "América tradicional", temas centrais em sua nova campanha.
A assinatura da ordem gerou reações intensas. Grupos conservadores e de direita elogiaram a decisão, dizendo que finalmente haverá proteção contra o que chamam de "cultura do cancelamento financeiro". Eles argumentam que empresas e pessoas têm sido punidas por simplesmente expressar opiniões impopulares nas redes ou apoiar candidatos conservadores.
Por outro lado, especialistas financeiros, juristas e grupos de direitos civis demonstraram preocupação com possíveis interferências indevidas do governo no setor privado. Alguns alertam que a medida pode ser usada para intimidar bancos ou limitar a autonomia das instituições financeiras de combater atividades ilegais ou extremistas sob o pretexto de "neutralidade".
Impactos econômicos e eleitorais
A ordem pode ter impacto direto em como bancos operam nos EUA, exigindo mais transparência em seus critérios de atendimento e revisão de políticas internas. Isso também pode afetar investidores e empresas que buscam manter uma imagem "neutra" em tempos de polarização.
Do ponto de vista eleitoral, a medida fortalece Trump junto à sua base, que vê no ex-presidente um protetor contra o que chamam de domínio da esquerda em grandes corporações, mídia e finanças. A ordem também pode aumentar o debate sobre a politização do setor financeiro e o equilíbrio entre liberdade ideológica e responsabilidade corporativa.